16 de nov. de 2013

Crianças! Cuidado com os baobás

"Crianças! Cuidado com os baobás"

Uma frase singela quando solta ao vento, mas fundamentada quando lido o livro.
Segue transcrição do trecho.
"- É verdade que os carneiros comem arbustos?
- Sim. É verdade.
- Ah! Que bom!
Não entendi imediatamente porque era tão importante que os carneiros comessem arbustos. Mas o principezinho acrescentou:
- Então eles comem também os baobás?
[...]
- Os baobás, antes de crescer, são pequenos.
- É fato! Mas por que tu desejas que os carneiros comam os baobás pequenos?
- Ora! Vejamos! - respondeu-me, como se se tratasse de algo óbvio. E foi-me preciso um grande esforço de inteligência para decifrar sozinho esse problema.
[...]
Ora, havia sementes terríveis no planeta do pequeno príncipe... as sementes de baobá. O solo do planeta estava infestado. E quando não se percebe que aquela plantinha é um baobá, nunca mais a gente consegue se livrar dela, pois suas raízes penetram o planeta todo, atravancando-o."




Nossa cabeça pode ser comparado com o asteroide do Pequeno Príncipe: cheio de sementes espalhadas no solo (nossa imaginação) e muitas desses sementes brotam, umas são boas e outras são más (isso faz de nós humanos e imperfeitos). As primeiras viram roseiras e as últimas baobás.

"- É uma questão de disciplina - disse o principezinho. - Quando a gente acaba a higiene matinal, começa a fazer com cuidado a higiene do planeta. É preciso que nos habituemos a arrancar regularmente os baobás logo que se diferenciem das roseiras, com as quais muito se parecem quando pequenos."
Pegando esse último trecho para análise e compreensão, é verdade que todas as ideias, boas ou más, começam muito parecidas. Olhamos inicialmente para o que elas nos trarão, quais os benefícios imediatos obteremos ao transformá-las em realidade. Só que esquecemos que, depois de concretizadas, não há como voltar atrás.

Muitas vezes se olharmos para essa mesma ideia por um período um pouco mais longo, pensarmos nas consequências dos atos para um período mais longo, veremos que são daninhos, tanto a nós quanto aos outros. Nesse momento diferenciamos as rosas dos baobás.

Cabe a nós decidirmos quais dessas "plantas" deixaremos ganhar vida no nosso "asteroide".